Meu primeiro objeto de pesquisa foram as expressões de experiências menstruais durante trabalhos de campo em antropologia, em especial os realizados em contextos de pesquisas etnológicas. Por isso, corpos em campo são um importante material desta tese. Apresento alguns aprofundamentos de cunho teórico sobre o tema da etnografia como método de produção de conhecimento antropológico e sobre algumas implicações de uma ciência que é feita a partir do encontro corpo a corpo. São três seções, sendo elas: “os corpos outros: a direção da atenção”, na qual apresento de forma breve o corpo como umas das questões orientadoras da antropologia, cuja atenção esteve voltada ao corpo “outro”, o corpo nativo, desde os primórdios de sua configuração como disciplina; “os corpos nossos: afetos que importam”, na qual apresento discussões sobre a importância de pensar os corpos que pesquisam, tema trazido à tona principalmente por antropólogas feministas interessadas em refletir sobre as implicações para a produção de conhecimento de um “corpo marcado” em campo; “menstruação em campo”, na qual trago alguns apontamentos breves que me serviram de ponto de partida para pensar experiências menstruais durante trabalhos de campo.
<Estado da arte - menstruação como tema de pesquisa nas ciências humanas no Brasil | Os corpos outros - a direção da atenção>